segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

De Carona nas Tragédias dos Outros

Janeiro está quase terminando e ainda ontém o mundo celebrava o Natal, a festança do Sr. Noel, e a chegada de um Novo Ano. Aos adptos das crendiçes, mais uma oportunidade para repetir velhos costumes sedimentados em crenças arcaicas na intenção de que o novo tempo trará "tudo de bom" e que a vida continua por mais trezentos e sessenta e cinco días uma festa.

Nos desfazemos do ano dito "velho" com um asco e com tanta animação que abrir a boca para falar dos bons frutos colhidos naquele tempo soa até de mau gosto. O que de positivo me aconteceu no ano que se finda não convém ser compartilhado naquela hora de tanta animação, onde o consumo de bebidas extrapola todos os limites e a nossa existência fica mais bela pelas luzes coloridas dos fogos de artifícios na beira das praias de Norte a Sul do país. Para aqueles que não tem condição de fazer uma viagem e compor a grande massa de aventureiros do Réveillon de Copacabana, resta dividir com os manjados vizinhos, as vezes nem tão desejados assim, os abraços e desejos de Feliz Ano Novo, mesmo que seja só para fazer uma média.

O primeiro dia do ano parece ser o mais longo ou não, dependendo do tamanho da farra de cada um. Para quem foi dormir depois da volta de algum serviço religioso, o tempo ou aquele primeiro dia é igual aos demais; a vida continua e do nosso mundo observamos os excessos dos outros que comemoram como se fossem viver até ali. Mas, como dizia Cazuza, 'o tempo não para' e logo a mesma tv que ao longo do mês de dezembro incentivou o consumo para o período festivo chega com às notícias daquelas primeiras horas do ano que cabara de nascer: a morte espreitava suas vítimas no cruzamento de um sinal em São Paulo e justamente uma família que voltava da casa de parentes onde fora comemorava a chegada do novo tempo foi surpreendida com o choque de outro veículo que vem ao seu encontro: a mãe, grávida de oito meses morre juntamente com o seu bebê.

No sudeste do país o período de chuvas inicia e trazendo transtorno aos brasileiros daquele lado; mais tragédia adentra a sala de nossas casas por intermédio da tv; diante de tanta dor e do sofrimento de pessoas que nem conhecemos retomamos a certeza de que não somos nada e que o drama do outro a qualquer hora pode bater em nossa porta de uma forma diferente. Uma avalhanche de interrogações nos assolam, mas onde obter uma resposta que nos deixe conformado?

Os dia passam e o mês vai caminhando para o fim e quando a vida aparenta seguir o curso da monotonia a tragédia reaparece vinda do outro lado do mundo. Mais uma vez, "pegamos carona nas tragédias dos outros" e por dias à fio vivenciamos o sofrimento e a angustia de pessoas que estavam apenas curtindo a vida, usurfruindo de oportunidades que suas rendas lhes podiam dar. O acesso a qualquer meio de comunicação e o fato está lá estampado nas manchetes e por meio  das imagens que mais claridade traz ao nosso conciente. Incredulidade é a palavra que define o estado em que ficamos diante das primeiras informações, ainda desprovida da abundância de detalhes que  vão surgindo na medida em que o tempo passa.

Seria uma repetição da histórica tragédia do começo do século passado com a triste conicidência de ser no centenário do ocorrido? Por hora deixamos a dor dos nossos conterrâneos e voltamos nossa atenção para aqueles passageiros do transatlântico que naufragou na itália.

























































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