quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Feliz Aniversário Sr. Noel



Finalmente, passado onze anos do século XXI, a quem realmente devemos parabenizar neste dia 25 de dezembro; ao Sr. Noel ou a Cristo?



Ao “Bom e simpático velhinho” que habita as mais distantes terras geladas da Groelândia e que todos os anos deixa sua casa de sonhos e bem acomodado em seu trenó, puxado por renas cadastradas e monitoradas por alguma ONG defensoras dos animais, percorrer o planeta em busca de casas onde crianças supostamente “bem comportadas” aguardam ansiosas os presentes solicitados ao acordarem ou, ao menino pobre, afilhado de um carpinteiro, nascido em uma estrebaria num determinado ponto incerto de um lugar chamado Palestina em uma data que nem os Historiadores sabem ao certo e que veio ao mundo com a Missão de “Salvar” a raça humana reconduzindo-a novamente ao seu Criador?




Polêmicas à parte, porque nesta data em que supostamente os cristãos comemoram o nascimento de seu Salvador a figura predominante durante todo o mês de dezembro é a do senhor Noel, do País gelado chamado Groelândia e não a do SENHOR Jesus de Nazaré?
Fico imaginando se um dia ao ganhar um prêmio em dinheiro e der uma festa em uma rica casa e convidar muitos conhecidos, lá chegando encontrar todos, ou boa parte deles, homenageando o proprietário da casa que aluguei. Seria muito desconfortante. Aplausos, declarações apaixonadas, mães incentivando seus filhos a se jogarem nos braços desse locatário enquanto eu não passaria de uma simples figura que por acaso aluguei aquele imóvel para comemorar o meu aniversário, mas as homenagens estão sendo dadas a um desconhecido.

Essa data natalícia tem dessas coisas e até pior. É um período de trinta dias em que fantasia, consumismo, pressa, ganância entre outros se mistura a interesses disfarçados de altruísmo que é embrulhado num lindo papel de presente chamado “Espírito do Natal”. Não seria mais coerente os cristãos fazerem umas mudanças em suas tradições ultrapassadas e embarcarem nessa nova onda de politicamente correto em que tudo o que era genuinamente puro torna-se híbrido?
Não... daria muita confusão mexer com os interesses de gente grande dessas facções religiosas colunas do cristianismo. É melhor a coisa ficar como está e assim satisfazemos aos dois lados; mais a um do que ao outro. 




A bem da verdade a data em si é para comemorar o aniversário do menino pobre de Belém, mas estampar o rostinho meigo de uma criança em dezenas de cartões natalinos, arrumar vários meninos de pele branca, loiros e de olhos azuis para figurar em comerciais de TV, isso hoje em dia até soaria como discriminação racial, e colocar uma criança de poucos meses sentado horas a fio ao lado de sua mãe numa cadeira vermelha num corredor gelado de um shopping, não seria muito legal, alguém inconformado com a cena logo acionária o estatuto da criança e do adolescente.




O velho Sr. Noel deve constar entre os melhores inventos da humanidade. É um homem, apesar de velho, mas nada como o espírito do natal para fazer o milagre de tantas crianças e adultos se extasiarem com a figura daquele senhor barrigudo e de barba branca postiça, mais parecendo um tomate andante, trazer alegria e emoção a uma massa de consumidores em um centro de compras que no caso de um bebê não seria enviável. O Sr. Noel tem um saco que carrega nas costas quando deixa o seu trenó ( eu gostaria de saber onde ele estaciona o mesmo quando chega em Maceió e quem fica tomando conta das renas, pobrezinhas...) e dele sempre tira os brinquedos que alegram as crianças; no caso daquele bebê, impossível.

O Sr. Noel tem a mesma disponibilidade, carisma, simpatia e paciência comum as celebridades como Miss, políticos em campanha, participantes de BBB e modelos contratados para posarem ao lado de carros possantes em salões de automóveis; ele é e figura ideal para figurar ao lado de criancinhas alienadas e instruídas pelos pais a perpetuarem uma mentira sem pé nem cabeça.

Antes de finalizar ia me esquecendo de trazer á tona uma palavra que em casos como este têm peso e valor quase histórico: Em nome da “TRADICÃO”. Natal sem a figura do Sr. Noel não é natal. Ele deixou de ser um mito ou uma lenda ou uma mentira da Groelândia para se tornar um produto globalizado. É uma entidade natalina que empresta sua cara a diversos produtos e comercias da TV, rádio, revistas, jornais e outras mídias.

 

Talvez o menino pobre de Belém não tenha mesmo o carisma desse velho lá das terras geladas. Dar ênfase ou espalhar seu retrato por tudo o que envolve o mês natalino poderia soar muito religioso e ofender a aqueles que não comungam da fé cristã independente da facção a que pertence. O Sr. Noel é um deus comum a todos; é claro que sempre existe uma minoria que não concorda com o seu sucesso, mas prevalece sempre a vontade da parte maior.



Desejaria que neste mês, e isso vale para todo o ano, os presentes do Sr. Noel fosse Paz para todos aqueles que a perderam ou que nunca a tiveram. Que sua presença ou o seu trenó chegasse aos míseros barracos construídos em palafitas, a beiras de estradas, em tendas de lonas armadas em terras invadidas para trazer o sorriso e alimento aos pequenos que sofrem por causa das carências de quem os trouxe ao mundo e não entende o por quê de tanta dor.
 
Se olharmos para o céu do dia 25 de dezembro não veremos nenhum trenó jogando presentes ou estacionando em telhados alheios com um velho se esgueirando por chaminés inexistentes, mas no dia seguinte os jornais estamparão que tragédias aconteceram naquela noite, que pessoas morreram das formas mais diversas e bem perto de onde moro alguém foi dormir sem ter o que comer, com muito calor e de coração amargurado.
 
Ao menino de Belém Marry Christmas!
Ao bom Velhinho, você não me faz FALTA!




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